A ferrugem (roya) e outras doenças prejudicarão em 20% a produção de café da América Central no novo ano safra cafeeiro 2012/13, segundo estimativas da Organização Centroamericana de Exportadores de Café (Orceca).
“Cerca de 20% da produção centro-americana de café, que equivale a aproximadamente 4 milhões de quintais (sacas de 46 quilos, serão afectados pela ferrugem e outras enfermidades”, afirmou Marcelino Samayoa, integrante da entidade.
Calcula-se que a Nicarágua, durante o actual ciclo, perderá 600 mil quintais (460 mil sacas de 60 quilos); Guatemala 650 mil quintais (cerca de 500 mil sacas); Honduras 1,800 milhão de quintais (1,380 milhão de sacas); El Salvador 400 mil quintais (307 mil sacas); Costa Rica 200 mil quintais (153 mil sacas); e Panamá 60 mil quintais (46 mil sacas), conforme um documento elaborado pela Organização.
A Orceca foi fundada em San Pedro Sula (Honduras) em 1975 e é composta pelas associações de exportadores de café de Guatemala, Honduras, El Salvador, Nicarágua, Costa Rica e Panamá. A agência realizou, na última semana, em San Salvador, uma reunião extraordinária para tratar do problema da ferrugem e, mediante uma declaração, convocou os governos Centroamericanos para unificar esforços e elaborar conjuntamente uma política cafeeira. Essa política deverá incluir, entre outras coisas, “elementos eficazes para o combate da ferrugem, financiamentos suaves e a prazos adequados para a renovação do parque cafeeiro”, detalha o documento.
“Desde a entrada da ferrugem na América Central, em 1976, a doença nunca havia se manifestado de uma forma tão significativa como agora, com indícios de que 100% do parque cafeeiro tenham sofrido infecção”, acrescentou.
O documento também esboçou que este ano a ferrugem veio acompanhada de um ataque de antracnose, o que tem ocasionado a queda de parte dos grãos antes do amadurecimento.
Até o momento, Guatemala, Costa Rica e Honduras declararam estado de emergência fitossanitária devido à incidência de ferrugem, ao passo que El Salvador e Nicarágua lançaram planos de combate à doença.
Samayoa, que também é gerente geral da Associação de Beneficiadores e Exportadores de Café (Abecafé), de El Salvador, anotou que se os governos Centroamericanos não fizerem nada para combater esse fungo que ataca as plantas do café, “a cafeicultura acabará na América Central”.
“Estamos a tomar todas as medidas possíveis junto aos organismos internacionais e esperamos que os governos se unam a este esforço em comum para combater a ferrugem”, enfatizou.
Fonte: Revista Cafeicultura