As novas linhagens são o resultado de quase meio século de pesquisa, em instituições como a Universidade Federal de Viçosa (UFV) e a Empresa de Pesquisa Agro-Pecuária de Minas Gerais (EPAMIG), com a colaboração do investigador António Alves Pereira.
As sementes dos materiais avançados chegaram à Universidade Federal de Uberlândia (UFU) há 13 anos, e a partir daí o trabalho de pesquisa foi intensificado por investigadores da instituição, que só agora começam literalmente a “colher frutos”.
“As Progênies, filhas dos cruzamentos, foram submetidas às condições de sequeiro, com stress hídrico e ficaram 12 anos sem irrigação”, explica o Prof. Fernando Cezar Juliatti, do Instituto de Ciências Agrárias da UFU. A partir desta experiência, só sobreviveram as linhagens resistentes à ferrugem e tolerantes à seca. “Com esta variedade, o agricultor vai reduzir a aplicação de fungicidas para controlo da ferrugem, e não vai precisar de se preocupar tanto com a irrigação. A economia gerada é mais uma vantagem”, ressalta o Prof. Juliatti. Estas variedades poderão ser utilizadas também nos sistema de café adensado (5.000, 8.000 e até 10.000 plantas por hectare).
As linhagens reúnem qualidades de sobra: a qualidade da bebida, o sabor agradável do café Arábica e a resistência do Robusta, e pode, segundo o Prof. Juliatti, revolucionar o mercado. “É um avanço na pesquisa da cafeicultura mundial”, afirma.
A variedade ainda não foi baptizada, mas, segundo o Professor, deverá ter um nome que contemple a UFU e a EPAMIG, as duas instituições envolvidas actualmente nesta pesquisa. Como são da base genética do grupo ‘catuai’, o provável nome dos novos genótipos será catufu-Epa 1, 2 e 3, respectivamente.
Fonte: Assessoria de Comunição UFU