A Colômbia provavelmente reduzirá o preço do seu café para conseguir recuperar os mercados perdidos após a sua pior safra em três décadas, afirmaram analistas na Quinta-feira. A Colômbia é um país grande produtor de cafés Arábica, de alta qualidade, e historicamente consegue valores mais elevados para esse produto do que os países concorrentes, mas nos últimos três anos as safras ficaram abaixo das metas, levando os torrefactores a procurarem alternativas mais baratas de exportadores rivais, como o Brasil e a Guatemala.
“Não sei se a Colômbia será capaz de obter diferenciais elevados enquanto disputa participação no mercado”, afirmou Judy Ganes-Chase, presidente da J. Ganes Consulting, durante uma conferencia. “Há outras grandes variedades regionais, como a guatemalteca. Outras variedades suaves preencheram a lacuna”.
Qualquer concessão que a Colômbia fizer em termos de preços será dolorosa, por se somar a uma queda generalizada na cotação do café Arábica. Esta semana, este produto caiu até ao seu menor valor em dois anos, 1,501 dólar por libra-peso, reflectindo a perspectiva de uma safra grande no Brasil.
A Colômbia pretende mais do que duplicar a sua produção de café até ao final da actual década, para 18 milhões de sacas, contra 7,8 milhões de sacas de 60 quilos do ano passado. Este país tradicionalmente exporta a maior parte do seu café para os Estados Unidos e Japão, mas esses torrefactores têm incrementado a substituição do café Arábica pelo tipo Robusta, de menor qualidade, para fazer o blend. No futuro, os torrefactores podem recorrer cada vez mais ao café do Brasil, que oferece tanto a espécie Robusta quanto a Arábica, segundo Neil Rosser, consultor de café no Reino Unido. “O Brasil está a conseguir excelentes (cafés) suaves, como os colombianos, pelo que é um país onde os torrefactores podem concentrar as suas compras”, afirmou.
Fonte: Reuters