A Organização Internacional do Café (OIC) informou hoje que o consumo mundial de café em 2012 não deverá ser menor que o registado em 2011 e poderá mesmo aumentar.
Como explicou o analista de mercado Gil Carlos Barabach, da agência Safras & Mercado, a procura global por café continua a crescer, porém num ritmo menos expressivo do que o observado nos últimos anos. “Na Europa, em função da crise, pode haver uma troca de patamar de consumo, mas não um recuo”, salientou.
Para Gil Barabach, o mercado deverá sentir os efeitos da crise na Zona do Euro, porém esse impacto deverá ser paulatino. Além disso, explica ainda que o que pode haver é uma procura maior por produtos mais baratos, como o café Robusta ou até mesmo o Arábica de menor qualidade. O analista afirma que em países onde a situação da crise é mais grave, essa redução de consumo já é notória, como é o caso de Espanha e Itália.
Outro factor que poderá estimular o aumento do consumo de café é o recuo dos preços no mercado internacional. Os preços caíram dos 200 cêntimos de dólar por libra-peso para pouco mais de 160 cêntimos. Porém, apesar dessa baixa registada, Gil Barabach afirma que o mercado agora é climático e o excesso de precipitação no Brasil pode dar um novo fôlego aos preços na Bolsa de Nova Iorque. As chuvas atrasam a colheita e, por consequência, a entrada da safra brasileira no mercado. “Com menos café disponibilizado, os preços conseguem um espaço para subir”. Além disso, as chuvas ainda comprometem a qualidade dos grãos, facto que complementa o cenário de sustentação para as cotações.
O analista afirma ainda que o quadro para o café negociado na NYBOT é mais promissor a longo prazo. Entre o final do ano e o início do próximo ano quando há uma sazonalidade no mercado, chega a safra brasileira – que o ano que vem deve ser baixa, respeitando a bienalidade – e ainda a projecção de stocks baixos.
Fonte: Revista Cafeicultura