A produção mundial de café terá de aumentar 32% nos próximos dez anos para atender ao consumo estimado em 173,5 milhões de sacas. A projeção é do director executivo da Organização Internacional do Café (OIC), Robério Silva, ao levar em conta um cenário de crescimento anual do consumo na ordem dos 2,5%. Nos últimos anos, a procura tem avançado mais rapidamente do que a oferta.
A última safra (2011/2012) recuou 2,2% sobre a anterior, fechando em 131 milhões de sacas. O consumo de café, por sua vez, ronda os 135 milhões de sacas. Segundo a OIC, mesmo que a procura cresça a um ritmo mais lento, de 1,5% por ano, o défice em dez anos seria de 20 milhões de sacas sobre a safra 2011/2012.
A estimativa de Robério Silva foi revelada na Quinta-feira em Santos (Estado de São Paulo, Brasil), durante um seminário internacional promovido pela Associação Comercial de Santos. O porto de Santos embarca cerca de 70% da produção nacional da commodity.
Para o executivo, o descompasso entre oferta e procura está associado especialmente à ascensão dos países emergentes. “De um modo geral, o café é um produto que denota um certo padrão de consumo. À medida que ele aumenta, o café evolui em conjunto”, avalia.
A analista Maya Wallengren sustenta que, por se tratar de uma bebida barata, o consumo ocorre até mesmo em época de crise. “O mundo está a beber mais café do que nunca”, afirmou.
Fonte: Valor Económico