A ferrugem, doença fúngica que recentemente eliminou até 30% de algumas lavouras de café de países andinos e da América Central, deve prejudicar menos a produção do Arábica suave nesta temporada, afirmaram autoridades e especialistas durante conferência da OIC (Organização Internacional do Café), em Belo Horizonte.
Colômbia e México, dois grandes produtores da região, não devem sofrer perdas significativas para a doença, capaz de destruir lavouras inteiras se não for devidamente controlada por pulverização, fazendo com que os frutos verdes caiam das árvores.
“A nossa produção deve ficar parecida com a do ano passado, cerca de 10 milhões de sacas, sem muitas perdas por conta da ferrugem”, afirmou Juan Esteban Orduz, presidente da Federação Colombiana de Café. Salientando que a produção de Arábica lavado da Colômbia, importante fornecedor para norte-americanos, deve crescer de forma constante ao longo dos próximos anos, à medida que novas variedades de plantas resistentes à ferrugem atingem a idade produtiva.
O produtor andino tem lutado para voltar às suas safras anuais típicas de 10 milhões ou 11 milhões de sacas, com um agressivo programa de substituição de árvores por variedades mais resistentes à ferrugem.
“A assistência técnica do governo para as nossas 563 mil fazendas de café tem limitado o impacto da ferrugem”, explicou, acrescentando que o maior desafio para os produtores foi a queda do preço do café.
Os preços do café de referência caíram 30% em relação ao ano passado. Juan Orduz lembrou que os produtores ganharam metade do que eles fizeram com café em 2011, quando os preços ficaram brevemente acima de 3 dólares por quilo.
Cristobal Pozos, representante mexicano na conferência da OIC em Minas Gerais, maior estado produtor de café do Brasil, também disse que a ferrugem teria pouco impacto sobre a produção do país na temporada, prevista em 6 milhões de sacas. Outros produtores menores, no entanto, não foram tão afortunados.
A vice-ministra da Agricultura da Costa Rica, Xinia Chaves Quiros, estima que o potencial de 1,87 milhão de sacas será reduzido em 200 mil a 400 mil de sacas, em função da ferrugem. O país produz algumas das variedades mais caras de Arábica na América Central.
Fonte: Revista Cafeicultura