O diretor executivo da Organização Internacional do Café (OIC), Robério Silva, afirmou nesta quinta-feira, 12, em Belo Horizonte, que os demais países produtores, como a Colômbia, deveriam seguir o exemplo do Brasil e adoptar medidas para apoiar o ordenamento da oferta de café, a fim de reduzir a pressão sobre os preços. O documento final do encontro realizado pelos países membros da OIC ao longo desta semana na capital mineira mostra a preocupação em relação aos preços actuais, que são os mais baixos desde 2009. "Qualquer iniciativa para equilibrar a oferta e procura é sempre bem-vinda", realçou.
Na chamada Declaração de Belo Horizonte, os membros da OIC reconhecem "a necessidade de entendimento acerca das condições estruturais nos mercados internacionais e das tendências de longo prazo na produção e no consumo que equilibram a oferta e a procura, resultando em preços equitativos tanto para os produtores como para os consumidores".
O chefe de operações da OIC, o economista Maurício Galindo, afirmou que a crise provocada pela queda dos preços do café é grave porque ocorre num cenário de alta dos custos de produção na maioria dos países produtores. Maurício Galindo observa que a alta do dólar é outro factor de pressão sobre os preços, pois reduz a remuneração dos produtores com a desvalorização das moedas em países como o Brasil e a Índia. O aspecto positivo da recuperação da economia norte-americana é a retoma da procura, salientou ele, acrescentando que o consumo mundial deve continuar a crescer 2% ao ano, principalmente nos países emergentes, que consomem mais o café da variedade Robusta.
Fonte: Revista Cafeicultura