Divulgada na semana passada, uma pesquisa científica, conduzida por investigadores do Jardim Botânico Real de Londres, sugere que as mudanças climáticas poderão levar à extinção do grão de café arábica, espécie originária da Etiópia e responsável por 70% do consumo global de café. Mais concretamente, a pesquisa acentua que os locais selvagens onde as plantas crescem sem a interferência da agricultura poderão ficar impróprios até ao ano de 2080, devido às modificações climáticas, acrescidas da perda de florestas e da acção de pragas invasoras.
Para os cientistas, a maior ameaça diz respeito, sem dúvida, ao aumento da temperatura global por causa das emissões de gases causadores de efeito de estufa. Considerando que o café é altamente sensível a mudanças ambientais, qualquer variação ocorrida na temperatura média poderá ter um impacto danoso sobre as colheitas.
Para estes investigadores, este possível cenário afigura-se extremamente alarmante e assustador face ao que consideram ser a bebida favorita em todo o mundo, simultaneamente a segunda mercadoria mais negociada, depois do petróleo, e, além disso, essencial para a economia de diversos países.
É conveniente sublinhar que o café Arábica selvagem é a fonte genética do Arábica comercial, cultivado em plantações. Provenientes de um limitado stock genético, os Arábicas cultivados em plantações de café não terão provavelmente a “flexibilidade necessária para lidar com a mudança climática e outras ameaças, como pragas e doenças”.
Mercê da sua vasta diversidade genética, o Arábica selvagem assume um papel decisivo para a indústria do café, sendo de supor, portanto, que a sua extinção causaria efeitos globais de dimensão incalculável. “É fundamental que preservemos o Arábica no seu habitat natural. Sem essas reservas selvagens, a indústria do café ficara vulnerável a pragas e doenças”, advertiu Aaron Davis, coordenador da pesquisa.
Fonte: Hostel Vending Portugal