Subscrição de CoffeeLetters

A Colômbia provavelmente reduzirá o preço do seu café para conseguir recuperar os mercados perdidos após a sua pior safra em três décadas, afirmaram analistas na Quinta-feira. A Colômbia é um país grande produtor de cafés Arábica, de alta qualidade, e historicamente consegue valores mais elevados para esse produto do que os países concorrentes, mas nos últimos três anos as safras ficaram abaixo das metas, levando os torrefactores a procurarem alternativas mais baratas de exportadores rivais, como o Brasil e a Guatemala.


A Organização Internacional do Café (OIC) acaba de publicar o seu relatório mensal relativo ao mercado cafeeiro do passado mês de Maio. De acordo com a informação disponibilizada, os preços do café Arábica caíram durante o último mês, quando comparados com os valores de Abril, enquanto que os preços do café da espécie Robusta registaram um aumento significativo, diminuindo o intervalo de preços entre as duas espécies.


A actual divergência de preços entre os mercados de café Arábica e Robusta deve ser revertida e não se sustentará na próxima temporada, afirmou o Rabobank em relatório, no passado dia 31 de Maio, citando a grande quantidade de posições especulativas transitórias em ambos os mercados e mudanças no lado da oferta.


Os preços do café do Vietname, maior exportador mundial de robusta, atingiram a maior alta do ano até agora, de 42 mil dongues (US$ 2,014) por quilo nesta Quarta-feira, com espaço para aumentarem ainda mais, reflectindo os preços internacionais e a oferta apertada.
Os futuros do grão na Bolsa de Londres (Euronext Liffe) já subiram 19% desde o início do ano com a forte procura, especialmente dos países emergentes.


Sabe-se que os preços das commodities são muito sensíveis ao movimento de aversão ao risco dos mercados financeiros. Em períodos de desaceleração da economia, como se observa na Europa e nos Estados Unidos, a procura dos investidores por activos de risco tende a reduzir bastante.
De acordo com projecções do Fundo Monetário Internacional (FMI), as cotações das commodities devem apresentar uma trajectória declinante nos próximos anos. E o café, como uma das principais commodities agrícolas comercializadas mundialmente, seguirá a mesma tendência.


A relação entre a oferta e a procura no mercado de café deve continuar apertada, na avaliação do director executivo da Organização Internacional do Café (OIC), Robério Silva. Segundo ele, a queda das corações do café arábica não deve continuar. “O consumo é resiliente e os stocks estão baixos”, afirmou em entrevista colectiva na sede da entidade, em Londres.


Durante a temporada 2010/11, os preços do café aumentaram acentuadamente, com o preço médio do indicador da Organização Internacional do Café (OIC) a US$ 2,0565 por libra-peso, em comparação com US$ 1,3441 no período 2009/10, um aumento de 53%. Esta média na temporada 2010/11 é a maior desde 1976/77 (em termos nominais), quando o índice foi de US$ 2,2984 a libra-peso, segundo a entidade.


A cotação do café robusta na Bolsa de Londres (Euronext Liffe) caiu cerca de 13% face ao ano anterior, devido ao enfraquecimento da perspectiva económica mundial e às expectativas de uma safra abundante no Vietname. Com a colheita vietnamita da temporada 2011/12 quase concluída, a recente projecção da associação é 5% menor que a divulgada no mês de Outubro.


A valorização do peso colombiano e a redução dos preços internacionais do café, voltam a afectar a economia cafeeira da Colômbia. Em Maio passado, em plena colheita, uma carga de café pergaminho tipo exportação valia pouco mais de 1 milhão de pesos (US$ 530,73), enquanto hoje, está em torno de 860.000 pesos (US$ 456,432), o que equivale a uma baixa de cerca de 20%.


O dólar mais forte e as preocupações com a crise da dívida nos países da zona euro, motivaram a queda dos preços do café arábica, que atingiu a mínima em mais de um ano.
Em Nova Iorque, os contratos com entrega para Março encerraram o dia cotados a US$ 1,912 por libra-peso, desvalorização de 27 pontos. Apesar da queda, analistas consultados pela agência Dow Jones Newswires afirmaram que, com procura firme e oferta apertada até ao início da colheita no Brasil, em Maio, os fundamentos para o mercado permanecem fortes.
Fonte: Revista Cafeicultura


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