A relação entre a oferta e a procura no mercado de café deve continuar apertada, na avaliação do director executivo da Organização Internacional do Café (OIC), Robério Silva. Segundo ele, a queda das corações do café arábica não deve continuar. “O consumo é resiliente e os stocks estão baixos”, afirmou em entrevista colectiva na sede da entidade, em Londres.
Os contratos futuros de café arábica têm recuado na Bolsa de Nova Iorque, enquanto o tipo robusta apresenta maior resistência na Bolsa de Londres. Questionado sobre os motivos das oscilações de preços verificadas actualmente na commodity, Robério Silva apontou a “disponibilidade de mercado”, não querendo entrar em detalhes, nem fazer previsões mais específicas sobre as cotações.
Robério Silva avalia que os produtores estão bem capitalizados. “Eles estão a receber financiamento dos governos ou de fontes privadas e hoje sabem como comercializar melhor o café”, afirmou. Acrescentando que, uma das prioridades da OIC é obter a adesão da China, Rússia e Coreia, países que actualmente não fazem parte da entidade. “Começamos a aproximar-nos da China e a fazer contactos com o governo”. Segundo ele, o objectivo é estabelecer uma agenda para conseguir ter melhor avaliação do mercado chinês.
Robério Silva avalia que o maior impulso para o consumo no mercado de café virá dos países emergentes e dos produtores, onde há melhoria no rendimento da população. “Países como China, Índia e Indonésia já estão a consumir café, mas ainda há muito espaço para crescer”, afirmou.
Fonte: Revista Cafeicultura