Subscrição de CoffeeLetters

Uma rápida expansão na ferrugem do cafeeiro, uma das doenças mais devastadoras, poderá prejudicar novamente a próxima colheita da Guatemala e danificar até 10% da produção, afirmou Ricardo Villanueva, presidente da Associação de Produtores do país, Anacafé. Desde a colheita passada, que terminou em Abril, os produtores estão a lutar com um novo tipo de ferrugem, que mata as folhas dos cafeeiros, minando os seus nutrientes de tal forma que a debilitada planta produz poucos grãos.
Cerca de 40% dos 274.000 hectares que a Guatemala destina à produção de café foram afectados pelo fungo da ferrugem na colheita de 2011/12, de maneira parcial ou completa. “Está muito difícil”, afirmou Ricardo Villanueva. “Se no ano que entrar não se combater bem, poderá haver uma baixa na produção a nível nacional de 10%”.
Depois de dois anos de intensas chuvas, o fungo da ferrugem, que se propaga com a humidade, apareceu no final de 2011 na Guatemala, estendendo-se em zonas altas e em áreas que nunca tinham sido afectadas pela doença. Antes desse problema, a Anacafé estimou que a Guatemala poderia produzir 3,7 milhões de sacas de 60 quilos na colheita de 2011/12, mas os danos da ferrugem levaram a uma redução das expectativas em redor de 8%. A Anacafé terá as suas expectativas completas para a safra de 2012/13 em meados de Agosto, salientou Ricardo VIllanueva.
O chefe de uma cooperativa de café de 140 membros em Palin, Ladislao Guzmán, afirmou que ¾ dos membros produtores da sociedade poderiam registar baixas de até 20% nos rendimentos nas próximas duas colheitas. “Fomos muito afectados pela ferrugem. Temos tentado combatê-la, mas tem sido difícil”.
Devido à falta de recursos para comprar os compostos químicos para combater a doença, Ladislao Guzmán explicou que os produtores começaram a cultivar cafezais em áreas cobertas para os protegerem das chuvas intensas.
A Guatemala, conhecida pelas suas variedades de café Arábica de alta qualidade, exportou 2,65 milhões de sacas no ciclo de 2011/12, uma quebra de mais de 4% em relação ao mesmo período do ciclo anterior.
Fonte: Reuters