A produção mundial de café provavelmente recuará 4,4% em 2011/12, para 127,4 milhões de sacas de 60 quilos cada, devido às menores colheitas nos principais países produtores, afirmou nesta quinta-feira o director executivo da Organização Internacional do Café (OIC), Robério Oliveira Silva.
Uma safra menor ajudará a conter a queda dos preços do grão em relação às máximas em anos, alcançadas no mês de Maio, devido à escassez de café arábica brasileiro e colombiano no curto prazo. Desde então, as cotações declinaram quase 25% graças à expectativa de uma forte produção no Vietname e no Brasil, na temporada que teve início a 1 de Outubro. Todavia, a colheita brasileira deverá recuar 10,3% nesta temporada, para 43,2 milhões de toneladas, enquanto a vietnamita pode diminuir 5% no período, para 18,5 milhões de sacas. Já a safra da Indonésia – importante produtor da variedade robusta – deverá cair 4,2%, para cerca de 8,8 milhões de sacas, enquanto a da Colômbia – tradicional fornecedor de café lavado – deverá ficar estável em 8,5 milhões de sacas, afirmou o director executivo da OIC.
Enquanto isso, as reservas estão em declínio. Os stocks iniciais desta temporada nos países exportadores de café são projectados em 17,6 milhões de sacas, ante 18,5 milhões de sacas em 2010/11, de acordo com Robério Silva. “Os preços maiores de exportação, como resultado das elevadas cotações de mercado nos últimos quatro anos, resultaram num nível de stocks mais baixo nos países produtores”, acrescentou, observando que o consumo tem crescido em ritmo constante. “A taxa de crescimento do consumo na última década mostra um mercado em expansão, particularmente na Ucrânia, na Federação Russa e na Turquia, revelou Robério Silva.
Devido à grande procura, as exportações totais de café para todos os destinos devem atingir um recorde de mais de 102 milhões de sacas, avaliadas em US$ 23,5 bilhões, em 2011, alta de 41% em termos de valor na comparação com 2010, afirmou. Na Bolsa de Nova Iorque (ICE Futures US), o contrato Março do café arábica fechou em queda de 2,5%, cotado a 229,85 cêntimos por libra-peso na quarta-feira, afectado pelo enfraquecimento da perspectiva económica mundial. Em Maio, os preços ultrapassaram a marca de 300 cêntimos por libra-peso.
Fonte: Revista Cafeicultura