Uma investigação norte-americana revela que a cafeína pode mesmo ser eficaz na prevenção do cancro de pele. A hipótese já tinha sido levantada, mas foi agora reforçada por este grupo de investigadores da Universidade Rutgers (New Jersey, EUA).
O estudo, feito em colaboração com a Universidade de Washington, e aplicado em ratos, aponta para que a cafeína interfira na actividade de um gene envolvido na destruição de células cancerígenas.
As conclusões da pesquisa, conduzida por Allan Conney, director do Susan Lehmon – laboratório para investigações sobre o cancro -, foram esta segunda-feira divulgados na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
Os investigadores utilizaram ratos geneticamente modificados, com genes ATR (que controlam o ciclo celular) deficientes. Os animais foram expostos, durante 19 semanas, a radiações ultravioleta. Ao mesmo tempo, um grupo de ratos não modificados também foi exposto.
Concluiu-se que os ratos geneticamente modificados demoraram mais tempo a desenvolver a doença e registaram menos 69% de tumores do que os com genes ATR a funcionar perfeitamente. Portanto, visto que o café inibe a produção de ATR, e que os ratos com genes ATR deficientes tiveram menos tumores, conclui-se que a ingestão de cafeína pode ajudar na prevenção do cancro de pele associado à exposição solar.
Assim que a cafeína foi aplicada na pele de ratos normais, estes desenvolveram menos 72% de carcinomas, uma forma de cancro de pele. No entanto, o estudo revelou ainda que, caso a exposição a raios UV seja ainda mais prolongada, o desenvolvimento de tumores ocorre inevitavelmente. Assim, a enzima inibidora do ATR, presente no café, funciona melhor numa fase de prevenção, antes de os cancros induzidos pelas radiações ultravioletas se desenvolverem.
Fonte: Boas Notícias