A participação do café Robusta na exportação mundial de café tem aumentado nos últimos dez anos, enquanto o grão Arábica, considerado de melhor qualidade, perde espaço no mercado internacional. A taxa média anual de crescimento da exportação do Robusta nos três primeiros trimestres do ano-cafeeiro (Outubro a Junho) de 2002/03 a 2011/12 é de 3,6%, enquanto a do Arábica alcança 1,2%. O levantamento faz parte do relatório mensal da Organização Internacional do Café (OIC).
Com isso, de acordo com o relatório, a percentagem de Robusta no total mundial exportado aumentou de 34,1% em 2002/03 para 39% em 2011/12, quando alcançou um recorde de 31,7 milhões de sacas. No período, com um ritmo de crescimento de apenas 1,2%, o volume total de Arábica passou de 44,6 milhões de sacas para 49,5 milhões de sacas.
A OIC considera que o crescimento da participação do Robusta na exportação mundial global foi impulsionado principalmente pelo aumento dos embarques do Vietname, que registaram uma taxa média de crescimento anual de 8,4% no período analisado, alcançando um recorde de 18,3 milhões de sacas em 2011/12. A safra brasileira de Arábica em 2002/03 foi de 21,4 milhões de sacas, muito próxima das 21,8 milhões de sacas em 2011/12.
Ainda na América do Sul, a OIC observa que o Equador e o Peru tiveram um forte crescimento de 10,8% e 6,3% ao ano, respectivamente, enquanto que as exportações da Colômbia caíram cerca de 4% ao ano. Segundo a OIC, as exportações têm diminuído em África, a uma taxa média de 2,2% ao ano. Em contrapartida, os embarques na Ásia e Oceânia aumentaram substancialmente de 15,8 milhões de sacas em 2002/03 para 29,3 milhões de sacas em 2011/12.
A Ásia e Oceânia respondem actualmente por cerca de 36,2% do comércio mundial de café. Na América Central, a taxa de crescimento no período é 1,9% ao ano. A região representa 15,6% do total das exportações mundiais do grão.
A OIC informa, ainda, que o stock certificado de café Robusta na Bolsa de Londres tem vindo a cair nos últimos meses, atingindo o nível mais baixo em mais de dois anos, apesar da oferta considerável. De acordo com a entidade, isso “sugere uma forte procura pelo produto e garante suporte aos preços daqui para a frente”.
Fonte: Revista Cafeicultura