Investigadores da Universidade Nacional de Taiwan utilizaram borras de café como matéria-prima para criar nanopartículas luminescentes. Essas nano partículas, ou nanopontos luminescentes, têm uma ampla gama de usos, da optoelectrónica às células solares, mas destacam-se sobretudo na geração de imagens de tecidos biológicos.
O problema é que os pontos quânticos fotoluminescentes actuais são feitos com cádmio e selénio, materiais altamente tóxicos para os tecidos vivos.
Pin-Che Hsu e a sua equipa, criaram então os nanopontos de carbono, ou C-dots, que são totalmente biocompatíveis, têm boa estabilidade química e um óptimo rendimento quântico, o que significa que emitem luz com boa eficiência.
O mais interessante é que, em vez dos complicados e caros banhos químicos usados para fabricar os pontos quânticos normais, os cientistas pouco mais fizeram do que moer e separar os resíduos de café já usados.
“A borra de café usada foi seca num forno a 110ºC antes de ser submetida a moagem numa granulometria fina. Depois de calcinado a 300ºC por 2 horas em ar, o pó carbonizado foi arrefecido e disperso em etanol”, escrevem os investigadores.
E os nanopontos luminescentes estavam prontos, bastando ser separados por centrifugação, para eliminar as partículas maiores restantes.
“Os pontos quânticos de carbono assim preparados têm um diâmetro médio de 5 nanómetros, com um rendimento quântico de 3,8%”, afirmam.
O material biocompatível foi testado gerando imagens de células vivas para detectar a angiotensina I, um peptídeo que causa a contrição dos vasos sanguíneos, podendo levar à hipertensão.
Além de usar o pó preto de café para produzir um material que emite diversas cores, os investigadores afirmam que a sua pesquisa é uma vitória do promissor campo da ‘química verde’.
Fonte: Inovação Tecnológica