Os preços mundiais do café recuaram 20% em 2013, exemplificando a luta em alguns mercados de commodities "contra uma avalanche de oferta". A produção mundial de café está a aumentar, em resultado de mais hectares dedicados à cultura e à adoção de plantas mais produtivas e resistentes.
Produtores da Colômbia e da Etiópia tomaram a decisão de impulsionar a produção há mais de três anos, quando os preços estavam a disparar. Agora, o mercado de US$ 6,1 bilhões de futuros de Arábica que representa a maior parte da produção mundial de café, está às voltas com as consequências desse aumento.
Na segunda-feira, 30 de Dezembro, os preços do café Arábica caíram 165 pontos, ou 1,42%, para 114,70 centavos de dólar por libra-peso na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), e ainda com a previsão do Arábica terminar o ano em território negativo, como ocorreu em 2011 e 2012. Os preços do café não caíam por três anos consecutivos desde o início de 1990.
Só desde o fim de 2011, a desvalorização acumulada é de 49%. Essa é a maior queda numa sequência de dois anos desde 2000-2001, quando as cotações recuaram 63%. Muitos investidores abandonaram apostas de alta dos preços e a maioria projeta que as cotações continuarão a cair, de acordo com dados da Comissão de Comércio de Futuros de Commodities (CFTC).
Na temporada que terminou em 30 de Setembro, a produção mundial de café subiu 7,8%, para 144,6 milhões de sacas de 60 quilos, de acordo com a Organização Internacional do Café (OIC). Alguns observadores do mercado acreditam que a produção pode aumentar novamente em 2014.
“Eu não acredito que já tenhamos visto a mínima absoluta para os preços. Há uma forte possibilidade de que teremos produção recorde na nova safra de café”, afirmou Sterling Smith, especialista em futuros do Citigroup.
A próxima colheita do Brasil chega ao mercado em Junho, pesando ainda mais sobre as cotações. O Rabobank estima que os preços podem cair para 95 cents/lb até o quarto trimestre de 2014. O Departamento de Agricultura dos EUA prevê que os stocks mundiais de café aumentarão 7,5% no final do ano-safra 2013/14, para 36,3 milhões de sacas.
Fonte: Cenário MT