Subscrição de CoffeeLetters

A safra de café do Brasil em 2014 foi estimada em 60 milhões de sacas de 60kg, o que representará um crescimento de cerca de 15% na comparação com a actual temporada, cuja colheita caminha para a recta final, estimou nesta quarta-feira a INTL FCStone.
A avaliação da consultoria e corretora de commodities aponta para volumes recordes do Brasil, maior produtor e exportador mundial de café, na próxima safra, que será de alta na bienalidade da variedade Arábica do país. A temporada actual é de baixa no ciclo, que alterna colheitas maiores e menores a cada ano.
A estimativa também mostra que a próxima safra do Brasil será pouco afectada pelas geadas de Julho no Paraná, quinto produtor nacional do grão.
"Acho que a quebra do Paraná, que o mercado estima em 60% - o meu numero é mais 40% -, não deverá afectar muito a oferta da safra que vem", declarou em entrevista exclusiva ao Trading Brazil da Thomson Reuters o chefe da Mesa de Café e Trigo na INTL FCStone no Brasil, Bruno Martin. Essa situação de oferta abundante deve manter os preços sob pressão, segundo ele. "Acho que não veremos alívio do lado da oferta por pelo menos dois anos - safra 15/16 -, na minha opinião", afirmou.
O Ministério da Agricultura ainda não divulgou previsão para a safra do ano que vem. A safra de 2013 é estimada pelo governo em 48,6 milhões de sacas.
Os futuros do café arábica em Nova York estão a operar perto de uma mínima de quatro anos, por influência das grande safras brasileiras e também por um dólar valorizado frente ao real, que tende a favorecer vendas de brasileiros.
"Muitos dos movimentos recentes do café foram reflexos da desvalorização do câmbio. Dito isso, os fundamentos do café são de maneira geral baixistas. Existe hoje no Brasil e no mundo um vasto stock disponível e uma procura ainda tímida." Afirmou ainda que recentes anúncios do governo brasileiro para sustentar os preços da commodity, como um programa de contratos de opções, podem ajudar a evitar quedas maiores nos preços. "Acredito que segurar (o mercado) não, mas preservar de uma queda mais acentuada sim. O timing do anúncio (apesar de atrapalhado) foi oportuno", disse ele.
Fonte: Reuters Brasil