Subscrição de CoffeeLetters

A Organização Internacional do Café (OIC) defende que governos nacionais devem apoiar os produtores, nos casos em que o preço de mercado se encontre abaixo do custo, sob risco de tornar inviável a produção do grão. Em relatório mensal, a OIC destaca que a “importância socioeconómica do café como principal fonte de renda, principalmente em áreas rurais, significa que todos os esforços devem ser feitos por governos para apoiar os seus produtores”.
No Brasil, o governo reajustou o preço mínimo de garantia do café Arábica no início de Maio para R$ 307 a saca de 60 kg. No mercado, no entanto, o produto é negociado actualmente abaixo de R$ 300 a saca. A OIC explica que os altos níveis de preços do café alcançados em 2011 incentivaram o aumento da oferta mundial, principalmente por meio de uma maior produtividade das lavouras. Como resultado, o mercado de grãos Arábica, em particular, está saturado com oferta, o que provocou uma “espiral descendente dos preços”.
A OIC informa, ainda, que os preços internacionais do café subiram ligeiramente em Julho, sustentados pela possibilidade de geada nos cafezais do Brasil, mas voltaram a ceder no fim do mês. A média do indicador de preço composto da OIC aumentou 1,2% em Julho em relação ao mês anterior, para 118,93 centavos de dólar por libra-peso, mas ainda está em seu segundo menor nível desde Setembro de 2009.
Os stocks certificados de café Robusta no mercado futuro da Bolsa de Londres (Euronext Liffe) caíram para 1,64 milhão de sacas em Julho, nível mais baixo desde Outubro de 2007, “indicando um apetite sustentado por esse tipo de café”, mais barato do que o Arábica.
Na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), os stocks certificados de Arábica mantêm-se num nível de cerca de 3,1 milhões de sacas, embora alguns danos tenham sido reportados em grãos armazenados na Antuérpia (Bélgica). Segundo a OIC, a arbitragem entre os cafés Arábica e Robusta estreitaram-se ainda mais no mês passado, com os diferenciais de preços no nível mais baixo desde Dezembro de 2008.
Fonte: Revista Cafeicultura