Os preços do café negociado em Nova Iorque tendem a subir no primeiro trimestre, segundo o banco holandês Rabobank. A instituição, uma das maiores financiadoras agrícolas do mundo, afirma que o mercado começa a refletir nos preços a queda da produção brasileira na safra 2013/14 e o défice na oferta global da commodity.
O Rabobank também considera que uma reversão da elevada posição vendida dos fundos de investimento na bolsa e a queda do diferencial entre os cafés Arábica e Robusta (negociado em Londres) também favorecem um alta dos preços praticados em Nova Iorque.
Embora a colheita brasileira caminhe para ser a maior já registada num ano de baixo rendimento no ciclo bianual dos cafezais, a produção deve recuar entre 1,3% e 7,6% neste ano, para 50,16 milhões e 46,98 milhões de sacas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Segundo o Valor Data, os contratos de Arábica para entrega em Maio acumularam alta de 0.73% na semana passada em Nova Iorque – a commodity encerrou o pregão de sexta-feira a US$ 1,5125 por libra-peso. No mês, a valorização é de 3,10%. Em 2012, o café recuou mais de 30% no mercado internacional.
Alguns países produtores de café da América Central têm sofrido com o clima adverso e o aparecimento de doenças, como a ferrugem, que devem comprometer a produção. Os problemas na região têm sido monitorizados pela Organização Internacional do Café (OIC), que em relatório divulgado neste mês cortou 1,3%, para 144,1 milhões de sacas, a sua projecção para a safra mundial 2012/13. A produção da América Central somada à do México é projectada pela OIC em 19,74 milhões de sacas, o que representa 13,69% da colheita mundial prevista pela entidade em 2012/13.
O Rabobank afirma, porém, que um dos principais factores de risco de queda dos preços do grão seria uma eventual aceleração da disponibilidade de café colombiano no mercado. Nos primeiros dois meses da safra 2012/13, a produção foi 4,5% maior que na temporada anterior.
Uma possível revisão para cima da safra vietnamita de café Robusta – actualmente com previsão de queda de 8% - também pode influenciar negativamente as cotações, afirma o banco. Outro ponto de atenção é o elevado stock carregado por produtores brasileiros, que se forem disponibilizados ao mercado abruptamente poderão pressionar os valores do produto.
Fonte: Revista Cafeicultura