Subscrição de CoffeeLetters

O tradicional café, da forma como o conhecemos hoje, poderá passar por muitas modificações. De acordo com uma pesquisa de melhoramento genético do Instituto Agronómico da Campinas (IAC), em São Paulo (Brasil), é possível produzir novas variedades de sabor e aroma do café. A expectativa é que o consumidor tenha uma “carta de cafés”, na qual será possível escolher amostras diferentes, com diversificações dos sabores da bebida.
A expectativa do instituto é que essa cartela de sabores chegue ao mercado dentro de dez anos. Em parceria com o IAC, a Universidade Federal de Lavras (UFLA) também possui um colaborador na pesquisa. O professor especialista em cafés especiais e pós-colheita, Flávio Boren, está na coordenação do trabalho de avaliação sensorial do café.
Dados do Ministério da agricultura mostram que o Brasil já comercializa 15% dos cafés especiais do mundo, considerados superiores devido aos processos de melhoramento genético a que são submetidos, além da qualidade do grão. No país, o comércio do café especial representa 10% do mercado nacional, sendo que as pesquisas em inovação do sector podem alavancar, além da venda ao consumidor final, o mercado de commodities para os próximos anos.
Segundo o coordenador da pesquisa de cafés especiais do IAC, Gerson Silva Giomo, há potencial para produção de cafés com variedades de sabor e aroma floral, frutado, achocolatado, cítrico, entre outras possibilidades. “A qualidade do fruto é determinada, principalmente, pela planta, pelo ambiente, pelo processo na lavoura e pelo manejo pós-colheita. Isso marca a qualidade e o aroma do café”, afirma.
As pesquisas ligadas à análise dos ambientes ideais para o processamento do café também são foco dos estudos. O professor Flávio Boren, da UFLA, explica que é crucial que sejam identificadas novas regiões com potencial para produção. “É necessário investigar novos genótipos adaptados a diferentes ambientes para produção de cafés especiais, diversificando o perfil sensorial das variedades comerciais actualmente disponíveis”.
Fonte: Revista Cafeicultura