Empresas e cientistas precisam de novas espécies para ampliar a pequena diversidade de genes do café mundial, afim de proteger os cafeeiros contra possíveis epidemias e expandir as áreas onde os cobiçados grãos possam ser cultivados. As empresas estão a voltar-se para a exploração para assegurar suprimentos futuros de café, porque a produção parou de crescer, e a procura, cada vez mais forte nos países que estão a crescer, como o Brasil, já fez o preço dos grãos de café quadruplicar desde 2001.
O mundo consumiu 7,98 milhões de toneladas de grãos de café no ano passado, bem mais que em 1982, quando foram 1,18 milhão de toneladas, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Mas a produção na Colômbia, país que fornece 10% dos grãos Arábica de todo o mundo, caiu 36% desde 2005. No Brasil, maior produtor de Arábica do mundo, a produção atingiu recentemente o nível mínimo dos últimos quatro anos.
Muitos factores estão a causar os problemas do café, afirmam especialistas, inclusive mudanças climáticas, que estão a tornar a produção menos lucrativa em algumas áreas, e o crescimento populacional na América Central, que está a aumentar a pressão para transformar lotes produtores de café em projectos habitacionais e shopping centers.
Historiadores do café acreditam que a maioria das plantações de Arábica do mundo estão geneticamente ligadas a apenas duas plantas do século XVIII: uma levada da Indonésia para Amsterdão e Paris, e outra tirada do Iémen e cultivada no Brasil. É por isso que especialistas defendem a expansão das variedades e o cruzamento de plantas para torna-las mais fortes.
Fonte: The Wall Street Journal