Subscrição de CoffeeLetters

Se o universo do café tivesse coração, estaria num campo agrícola encravado entre prédios, nos arredores de Lisboa, e não nas vastidões africanas ou americanas onde é produzido.
“Não há outro lugar no mundo onde se faça um trabalho como este”, garante o engenheiro agrónomo Vítor Várzea, de 55 anos, um dos principais cientistas, da dezena de investigadores, que mantém e desenvolve um projecto iniciado há pouco mais de meio século – o Centro de Investigação das Ferrugens do Cafeeiro (CIFC), em Oeiras.


Uma rápida expansão na ferrugem do cafeeiro, uma das doenças mais devastadoras, poderá prejudicar novamente a próxima colheita da Guatemala e danificar até 10% da produção, afirmou Ricardo Villanueva, presidente da Associação de Produtores do país, Anacafé. Desde a colheita passada, que terminou em Abril, os produtores estão a lutar com um novo tipo de ferrugem, que mata as folhas dos cafeeiros, minando os seus nutrientes de tal forma que a debilitada planta produz poucos grãos.


Milhares de hectares de cafeeiros estão a ser afectados na região sudoeste da República Dominicana, o que mantém os cafeicultores preocupados. A denúncia foi feita pelo Eng.º Manolo Sánchez Pérez, ex-presidente da regional Sudoeste do Colégio Dominicano de Engenheiros, Arquitectos e Agrimensores (Codia). Ele afirmou que a ferrugem cobriu quase toda zona cafeeira dessa região, de modo que é urgente que esse problema seja enfrentado com maior atenção por parte do Ministério da Agricultura.


A produção de café na Guatemala deve diminuir no próximo ano, em virtude do excesso de chuva e humidade que estimulam o aparecimento do fungo da ferrugem. A informação é de Ricardo Villanueva, presidente da Associação Nacional de Café, que afirmou ainda que nunca tinha visto a situação tão crítica.


A infestação do fungo conhecido como roya em cafezais da Colômbia tem levantado uma série de rumores sobre uma eventual subida dos preços internacionais da commodity nos próximos meses, segundo uma reportagem do Wall Street Journal. O fungo, mais conhecido como “ferrugem do cafeeiro”, espalhou-se devido ás chuvas torrenciais em áreas de produção do país, o que obrigou os produtores a substituir as suas plantas por variedades resistentes. O roya desenvolve-se nas folhas do cafeeiro e retira os nutrientes às cerejas.


Uma investigação realizada ao longo de seis anos, por professores dos departamentos de Fitopatologia e Biologia Geral da Universidade Federal de Viçosa (Brasil), esclareceu um dos mais intrigantes mistérios científicos a respeito da ferrugem – principal doença no cafeeiro.
A descoberta da chamada criptossexualidade no fungo Hemileia vastatrix pode conduzir à criação de estratégias mais eficazes para aumentar a resistência da planta à ferrugem. Um problema que, no Brasil, causa prejuízos anuais estimados em 35 a 40% da produção.


A Colômbia está a impulsionar uma pesquisa genética para adaptar as suas culturas de café às mudanças climáticas, e já criou oito variedades resistentes à ferrugem do cafeeiro, para aumentar a produção.
Sendo um grande produtor mundial de grãos arábica de alta qualidade, a Colômbia está cada vez mais dependente da genética para elevar a produção de café ao volume histórico de 11 milhões de sacas, depois de três anos a alcançar níveis inferiores ao esperado.


As novas linhagens são o resultado de quase meio século de pesquisa, em instituições como a Universidade Federal de Viçosa (UFV) e a Empresa de Pesquisa Agro-Pecuária de Minas Gerais (EPAMIG), com a colaboração do investigador António Alves Pereira.
As sementes dos materiais avançados chegaram à Universidade Federal de Uberlândia (UFU) há 13 anos, e a partir daí o trabalho de pesquisa foi intensificado por investigadores da instituição, que só agora começam literalmente a “colher frutos”.


O investigador da Embrapa Café, Carlos Henrique S. Carvalho, está a coordenar um estudo inédito na cafeicultura brasileira: o projecto de produção de mudas clonais, em larga escala, de café arábica resistente ao bicho-mineiro (Leucoptera coffeella) e à ferrugem do cafeeiro (Hemileia vastatrix), boa qualidade de bebida e alta produtividade.
O objectivo é avaliar a viabilidade económica da tecnologia, medindo os custos de produção industrial em todo o processo produtivo.
A iniciativa é realizada em parceria com a Fundação Procafé.
Fonte: Embrapa Café


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