Com os preços do café arábica em queda e as cotações do robusta na direcção inversa, o diferencial de valor entre as duas variedades – normalmente favorável ao arábica, de melhor qualidade – registou uma queda expressiva no último mês.
De acordo com o Valor Data, o spread entre o arábica e o robusta encolheu 14,8% no período, tendo em consideração os preços praticados nos contratos de segunda posição nos mercados futuros de Nova Iorque e Londres, respectivamente.
No fecho de ontem, o grão arábica estava 96,56 centavos de dólar por libra-peso mais caro que o robusta, diferença que era de US$ 1,1334 um mês antes.
O estreitamento entre os dois mercados reflecte a retracção das vendas, por parte dos produtores vietnamitas, de robusta e, por outro lado, o aumento das vendas de café arábica do Brasil, em antecipação a uma colheita que promete ser recorde.
Mas este movimento tende a perder força, segundo um relatório divulgado pelo Morgan Stanley. Hussein Allidina, investigador-chefe de commodities da instituição, acredita que a tendência à convergência deve desacelerar nos próximos meses, à medida que a queda nos preços do arábica estimular a procura pela variedade e os riscos climáticos à produção do Brasil e da Colômbia se intensificarem no Inverno.
Na outra ponta, os produtores vietnamitas devem aumentar as suas vendas, pressionando para baixo as cotações do robusta. No próximo mês também começa a entrar no mercado internacional a colheita de robusta da Indonésia, outro factor de pressão sobre os preços internacionais da variedade. Desse modo, o diferencial entre os dois tipos de café poderia crescer novamente, com o arábica a ficar relativamente mais caro que o robusta.
Fonte: Revista Cafeicultura