Subscrição de CoffeeLetters

Os índices de produção do café melhoraram significativamente nos últimos anos, na província do Uíge, fruto do alargamento das áreas de acção para a cultura, informou hoje (quarta-feira), à Angop, nesta cidade, o director local do INCA, Vasco Gonçalves.
 
De acordo com o responsável, no ano transacto foram colhidas cinco mil toneladas de café mabuba e este ano prevê-se uma safra na ordem de cerca de seis toneladas de café mabuba, o que equivale a cerca de três mil toneladas de café comercial.
 
Vasco Gonçalves disse ainda que há certas áreas que não se chegava mas actualmente com a reabilitação das estradas já se vai alargando mais o raio de comércio de café, exemplificando que hoje já se chega aos Buengas, Bembe e outras localidades, fazendo com que se verifique um aumento em termos de produção de café a nível da região. Interrogado sobre quantas pessoas estão a produzir café na província, Vasco Gonçalves frisou, que contando apenas aquelas que estão a um raio de pelo menos 100 quilómetros da sede capital, dez mil pessoas estão envolvidas na produção do café, menos os produtores dos municípios dos Buengas, Bembe e Milunga.
 
Quanto aos apoios prestados às pessoas envolvidas no processo de café, disse que variam desde o produtor ao comerciante. “A nível dos comerciantes nós demos os sacos, intercedemos junto dos bancos comerciais para os microcréditos, fornecemos descasques e promovemos os mercados rurais”, realçou.
 
Para ele, os apoios do sector quanto ao produtor traduzem-se em fornecimento de plantas de forma gratuita ao produtor, tecnologias para o melhoramento das plantas, criou-se aquilo que se chama escola do campo para transmissão de tecnologias ao produtor, bem como controla-se os preços de comercialização de café para que se mantenham conforme o estipulado (40 kz o kg de café mabuba).
 
“Os nossos técnicos estão orientados em montar viveiros de café. O ano passado começamos por seleccionar as matrizes, preparamos as sementes, fizemos alfobres, neste momento estamos em cerca de 200 mil plantas de café”, avançou, reconhecendo ainda a insuficiência de sacos de mitilênio para o efeito.
Assegurou que, além da produção de plantas de café (ambriz), os técnicos do sector produzem também outro tipo de árvores como mangueiras, abacateiros, safoeiros, entre outras, que são fornecidas de modo gratuito aos produtores. 
 
O responsável revelou que mais de 35 mil comerciantes de café compraram, no ano transacto, 4.800 toneladas de café mabuba.
 
Apontou como dificuldades a insuficiência de descasques, cuja província possui apenas quatro máquinas que descascam o café mabuba, enquanto deveria ter pelo menos uma em cada região produtora, fazendo pelo menos 15 descasques.
 
Outras dificuldades consistem na falta de créditos tanto para os produtores como para os comerciantes, a reabilitação das vias terciárias, escassez de recursos humanos, associada ao envelhecimento dos que existem, fazendo com que cada brigada de café a nível da província funcione com apenas um técnico.
 
Vasco Gonçalves incentivou ainda as pessoas a acreditarem que o café constitui ainda uma cultura de rendimento e que tem ainda valor, apelando a sociedade a engajar-se na produção do “bago vermelho”, de que a região é um enorme potencial nessa cultura.
Fonte: Revista Cafeicultura