Subscrição de CoffeeLetters

A oferta de café de qualidade pode não ser volumosa na temporada 2012/13, pois os cafezais começam a florir sob um clima desfavorável e com doenças na Colômbia, no México e na América Central.
A produção total de café Arábica lavado – cujos preços têm um prémio em relação aos contratos futuros da ICE Futures US por causa do seu sabor suave e de um processamento mais refinado – deve permanecer estável, segundo traders e organizações da região. De acordo com a Organização Internacional do Café (OIC), tais países produziram juntos quase 26,6 milhões de sacas na temporada 2011/12.
A procura por café deve continuar a crescer, pois as grandes redes de cafetarias, como a Starbucks, vendem misturas originais de alguns dos três maiores produtores de café Arábica. A Colômbia, principal produtor de café Arábica lavado, está a enfrentar muitas chuvas, e a Federação Nacional de Produtores de Café (Fedecafé) afirmou que a produção não deve superar 8 milhões de sacas. A Colômbia costumava produzir mais de 11 milhões de sacas por ano. “Os solos estão a reter muita humidade, o que não é um bom presságio para a safra do próximo ano”, comentou o gerente da trading de café Ecom na Colômbia, Sam Grigg.
A Guatemala, segundo maior produtor da América Central, enfrenta problemas com o fungo roya, que levou a Associação Guatemalteca de Café (Anacafé) a reduzir a sua estimativa de produção para 3,45 milhões de sacas. O presidente da associação, Ricardo Villanueva, afirmou que o pior ainda está para vir, pois os efeitos do roya são maiores no ciclo que sucedem um surto da doença. Thomas Nottebohm, director do grupo de exportadores Adec, acredita que a produção pode ser 5% a 10% menor na próxima temporada. “No melhor dos casos, a produção vai permanecer estável”, declarou.
O México deve produzir menos num ciclo sazonal de baixo rendimento. Embora a floração e o clima sejam favoráveis, segundo o presidente da União Nacional de Produtores de Café, Gabriel Barreda, a safra deve ser até 15% menor do que a actual estimativa, de 4,3 milhões de sacas.
Honduras, que se tornou o maior produtor da América Central, com produtividade maior, afirmou que faltou chuva este ano. A floração começou em algumas áreas, mas na maioria a produção é incerta. As autoridades esperam, no entanto, que o rendimento seja “pelo menos o mesmo da colheita passada”, comentou o gerente técnico do Instituto Hondurenho de Café (Ihcafé).
Fonte: Dow Jones